Apesar de afirmar, sem medo de estar cometendo injustiças, que não há
no país NENHUM POLÍTICO HONESTO, quero resgatar uma figura que talvez merecesse
uma análise mais minuciosa quanto ao seu desempenho ético na política.
Refiro-me ao senhor Milton Soares
Campos, ex-governador de Minas Gerais, sucedendo JK.
Um fato que presenciei ainda criança e que me causou “estranheza” foi
de ele não permitir que sua esposa usasse o carro oficial do governo. Quando
veio à minha cidade ele usou o veículo oficial e ela num carro particular, não
sei se da família.
NUNCA ouvi a mais tênue referência a deslizes que tenham sido cometidos
por esse homem da velha União
Democrática Nacional – UDN e que deixou a vida pública da mesma forma que
entrou: sério, pobre e respeitado.
O nome Milton Campos veio à propósito da lembrança de meu pai, que
estaria aniversariando no dia 11 próximo passado e que era do Partido Social
Democrático – PSD e um verdadeiro adversário político de Milton mas dizia,
quase como um lamento, jamais ter conhecido um cidadão com aqueles predicados,
apesar de ser da UDN(coisa da antiga e profunda rixa partidária). Hoje não
temos partido mas uma associação de “fins específicos”, novo sinônimo de
quadrilha.
Mas voltando à Milton Campos, quem sabe devêssemos resgatar nomes como
o dele e de outros para um “quebra de sigilo”. Afinal, os mais jovens precisam
saber que o país já teve homens públicos probos. Foram poucos, é verdade, mas
podemos encontrar alguns. E mais importante, a corrupção praticada naqueles
tempos de Ademar de Barros e outros, seria hoje considerada pecado venial.
(Hugo Werneck)